9.4.06

FRASE DA SEMANA

Você nasce sem pedir e morre sem querer. Aproveite o intervalo.

4.4.06

TRAIR É NORMAL?

por Eduardo Martins, do inconsciente e-coletivo

Acabei de ler uma matéria dessas que "ajudam" a mulher a evitar o problema da traição.

É muito triste ver que há tanto estereótipo junto. Fico pensando em como as pessoas tentam explicar comportamentos coincidentes num lugar onde há mais de 6 bilhões de pessoas dos mais variados credos, política, criação, experiências vividas e reações. É bem verdade que existem comportamentos coincidentes mas pra falar sobre isso é necessário mostrar vários grupos ou vão sempre focar na mesma coisa, os mesmos problemas e caímos nos mesmos estereótipos (que é culpa da mulher que não sabe trepar, etc, etc...)

Aí eu pergunto: quanto grupos existem neste vasto mundo? Quantos grupos devemos pegar a fim de estudar o comportamento do traidor? É muito gozado ver o comportamento de pessoas várias e ficar olhando pro calcanhar da pessoa próxima da gente; é uma luta inglória... Penso que devemos estar adiante disso. Nos preocuparmos com o nosso próprio comportamento, do nosso parceiro, dos nossos filhos e das pessoas mais próximas (se elas nos fizerem alguma diferença). Fora isso é dar laço na Estátua da Liberdade. Desde que o mundo é mundo existem discussões que não levam a conclusões, por isso prefiro viver e fazer a minha parte.

Já cheguei a conclusão que problema algum é motivo para que alguém traia; seja sua mulher, seu marido ou a confiança de qualquer outra pessoa de suas relações. Quem quiser explicar o mundo: go ahead...

O lance é que esses papos vendem bem. Uma das normas da Psicologia reza que dentro de grupos estudados podem existir subgrupos, com subgrupos contendo subgrupos, que contêm subgr... Ou seja: "Onde não há regra, não se traça linha"

A utilidade que vejo nesses artículos que rodam por aí é que, ao ler sobre o assunto, as pessoas despertam e até mudam a vida de alguma de alguma maneira, isso é fato. E quanto mais se abrange o campo citando grupos e subgrupos fica mais fácil; a mulher lê aquilo e pensa: "-ah eu sou boa de cama... não preciso me preocupar." ou a mulher que é ruim de cama lê e reflete: "-ai meu Deus! A culpa é minha..."

Isso é triste.

E a mulher que deseja resolver seus pontos de relacionamento, vai se basear em quê?

Lair Ribeiro?

João Bidu?

Maurício de Souza?

Paulo Coelho?

Depende de muita coisa.

Ou vai se basear na observação de fatos do seu quotidiano e da pessoa em questão?

Posso até estar citando como exemplo uma classe social com nivel de esclarecimento mais alto, educação de primeira, tudo isso influencia mas tem gente que nao lê nada dessas baboseiras e vai sem querer folhear uma revista num consultório médico e de repente se toca. E muitas vezes até a mulher esclarecida pira com as tais baboseiras, a vantagem é que minutos depois o que parecia ser a maior conclusão do universo cai por terra na fila do banco...

Agora reflita se não é justamente na classe esclarecida que as pessoas enchem o peito e dizem: COMIGO NÃO...

O mundo está doente, cara leitora (ou leitor) e NÃO há cura! Não me venham agora dizer que gente que nao transa todo dia vai ser traída ou vai trair. Malditos tropicais... Façamos uma excursão aí pro Alasca ou pra Escandinávia; Vamos fretar um avião pra Itália. Iremos perceber que os brasileiros são um dos povos com mais frequência de relações e, ainda assim, deviam se preocupar com traição? Vejam a incoerência.

O problema é mais além, de cunho socio-cultural, pouco q ver com frequência. Resumindo: falta de vergonha na cara. Afinal, os hormônios q correm nas veias tupiniquins estão tb no corpo de um homem da Líbia e brotam também nas entranhas masculinas da Mongólia. Caráter distorcido do traidor, isso sim.

É fato que se a frequência DIMINUI, algo causou a alteração, dezenas de fatores podem ter gerado o incômodo. Mas não me venham dizer que isso é o passaporte para arrumar um almoço de última hora com a estagiária do 3º andar ou um chopinho com a colega depois do horário com vistas àquele motelzinho de quinta.

Há ainda a constatação de que as pessoas se relacionam cada vez mais de modo torto. Sem amor, sem afeto. Aí, lógico, a mistura explosiva está pronta! Primeira alternativa? Trair. Afinal, se eu amo a mulher com a qual divido a vida não há problema ou disfunção que me faça traí-la. Coisa de homem sem caráter num mundo doente e terminal.

É muito simples: não há justificativa para se trair a confiança de outra pessoa. Penso que a culpa é (e sempre será) única e exclusivamente da pessoa que trai. Só que o colega que vai beber com o filho-da-puta no boteco na mesma noite abona a culpa do sujeito. Assim como a sexóloga-política também diria que a vacilona é a mulher que não deu direito ou o pseudo-apresentador-psicólogo das tardes que vai abominar a pobre da mulher que talvez tivesse um problema (esse sim de cunho psicológico) e não teve (ela sim) a compreensção do pseudo-amante de merda!

E coloco aqui a mulher como traída mas o inverso também se aplica. Tá cheio de mulher traíra.



::: Aproveitando o tema, vale a pena dar uma lida na matéria do NoMínimo sobre o site criado por nos EUA por mulheres que foram vítimas de traição, onde é possível fazer uma busca por nome e caracterísitcas de homens infiéis. Funciona mais ou menos assim: você conhece um carinha, acha ele um fofo e tal e vai até o site dar uma busca no nome do sujeito pra descobrir se ele é mesmo um fofo ou mais um cafajeste. É só ir lá e puxar a ficha corrida. A idéia é ótima e se pega por aqui ia dar o que falar.