31.1.11

2010: o ano em que vivemos em crise

Você teve vontade fazer nada mas ao mesmo tempo vontade de fazer tudo, sem saber por onde começar e muito menos sem saber o que essa coisa seria?

Você passou tanto tempo pensando em tudo o que viveu que chegou a acreditar que a vida não passava de um teatro de ilusões e de repente se sentiu um ator(atriz) - cansado - de quinta categoria?

Você ficou cansado de encontrar as pessoas, sorrir e dizer que está tudo bem - quando não estava tudo bem?

Você lembrou que um dia foi uma criança cheia de sonhos até crescer, viver, experimentar e descobrir que todos eles viraram poeira e que chega um dia em que simplesmente você desistiu de sonhar?

Você cogitou que a vida é amarga e a maioria das pessoas não presta?

Você imaginou que a essa altura da sua vida você fosse se sentir de novo sem chão, sem esperança, sem vontade de viver e nenhum desejo de morrer?

Você deixou de ver sentido em viver do jeito que as pessoas definem ser o correto, apenas quis ir pra casa, dormir, ler... fazer tudo que quisesse, mas no seu ritmo e sem cobranças?

Você se afastou das pessoas pra não se sentir cobrado(a), pra não ter que ver nem falar com elas?

Você parou de ser engraçado(a), se sentiu (uma pessoa) sem graça, que não queria mais fazer ninguém rir, até porque não conseguia mais rir das suas desgraças nem fazer piada com o próprio sofrimento?

Você virou uma pessoa triste, amarga, que sente (muita) dor?

Você cansou de falar que o mundo está diferente, que as coisas mudaram, e passou a acreditar que agora você via o mundo como ele realmente é - falso - e se recusou a fazer parte disso?

Você se sentiu vazio(a) e ao mesmo tempo (de saco) cheio, querendo ficar no seu canto, mas sem poder?

Você achou que desperdiçou um tempo valioso da sua vida (que falta pouco pra acabar) e quis ser feliz apenas assistindo a alegria da sua família?

Você perdeu a fé no que acreditava, vivenciou o medo e experimentou o cansaço?

Você desejou ser uma outra pessoa, não para alguém mas para você mesma?

Você respondeu SIM para pelo menos uma das perguntas acima?

Então, só posso t(m)e dar um excelente conselho clichê:
Ano novo, vida nova!

"Que o medo da solidão se afaste
Que conviver comigo mesma
Se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso
Que me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade, não sei"
Metade, Oswaldo Montenegro